terça-feira, 11 de junho de 2013



Fonte:Gazeta Maringá

Cidades das regiões Noroeste e Centro-oeste do Paraná tiveram 217 trabalhadores retirados de condições análogas à escravidão. Segundo Ministério do Trabalho e Emprego, os resgatados atuavam no setor sucroalcooleiro

Perobal (no Noroeste do Paraná) e Engenheiro Beltrão (no Centro-oeste) são as cidades da Região Sul do país que mais tiveram trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão em 2012. É o que aponta levantamento atualizado mês passado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).


De acordo com o balanço da Secretaria de Inspeção do Trabalho, Perobal teve 125 pessoas resgatadas, segunda maior quantidade do país, atrás apenas de Marabá (PA), com 150 retirados. Na ocasião, os fiscais lavraram 34 autos de infração e emitiram 125 guias de seguro-desemprego.

Trabalhadores resgatados no Paraná em 2012


Perobal – 125


Engenheiro Beltrão - 92


Tunas do Paraná – 15


São Mateus do Sul – 10


Palmas – 9


Reserva - 5


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Já Engenheiro Beltrão aparece na sexta posição nacional, com 92 pessoas flagradas em condições inadequadas de trabalho, logo abaixo de Belo Horizonte (MG), com 115; Penedo (AL), com 110 e São Paulo (SP), com 95. Juntas, as duas cidades paranaenses respondem por 84,7% dos trabalhadores resgatados em 2012 no Estado.


Equipes do MTE também retiraram 15 pessoas em Tunas do Paraná, 10 em São Mateus do Sul, nove em Palmas e cinco em Reserva. Em todo o Paraná, foram realizadas 11 operações em 13 estabelecimentos, que resultaram em 256 pessoas resgatadas, a quarta maior quantidade do Brasil, atrás do Pará (563), Minas Gerais (394) e Tocantins (321).


Em todo o Paraná foram lavrados 225 autos de infração e pagos R$ 1,4 milhão de indenização aos resgatados. Apenas sete trabalhadores tiveram os contratos formalizados durante a ação fiscal. Trabalhadores resgatados atuavam no setor sucroalcooleiro


De acordo com o “ranking de resgatados”, os trabalhadores retirados de condições análogas à escravidão em Perobal e Engenheiro Beltrão trabalhavam no setor sucroalcooleiro. No entanto, o nome das empresas ou propriedades rurais onde ocorreram as irregularidades não foram divulgadas.


Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Tranin, a entidade não recebeu nenhuma denúncia sobre usinas que estivessem atuando de forma irregular quanto aos funcionários. “Não temos conhecimento de nenhuma unidade com esses problemas. Sem denúncias, não há como verificar a situação ou tomar alguma medida”, afirmou.


O Ministério do Trabalho e Emprego mantém um cadastro nacional de pessoas e empresas autuadas por exploração do trabalho escravo, que é atualizado semestralmente. No entanto, o registro não conta com nenhum estabelecimento de Perobal ou Engenheiro Beltrão. O cadastro pode ser acessado pelo site do MTE e sua última atualização foi feita em dezembro do ano passado.


Brasil


Em todo país, 2.750 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à de escravo em 2012, sendo que 2.573 desses foram resgatados dessa condição pelas equipes de fiscalização em todo o país. O número representa um aumento de 14,37% no número de pessoas resgatadas em relação a 2011, com um total de 2491 resgates.


Segundo avaliação da Secretaria de Inspeção do Trabalho, o número cresceu ocorreu por causa do aumento da fiscalização no meio urbano e a expansão das ações fiscais em regiões até então não inspecionadas com habitualidade. As operações ocorreram em 13 estados e resultaram em 3.695 autos de infração e no pagamento total de R$ 9,9 milhões em verbas rescisórias.